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Bebê com a cabeça torta? É preciso que um especialista avalie

Frequentemente bebês apresentam cabeça torta ou amassada nos primeiros meses ou semana de vida; condição precisa ser avaliada por especialista

março 20, 2021

O bebê apresentou cabeça torta ou amassada? Essa condição é chamada de assimetria craniana e é muito comum entre bebês. Na prática, é quando a cabeça da criança apresenta um achatamento em um dos lados ou atrás da cabeça nos primeiros meses de vida. Essa condição requer a avaliação de um neurocirurgião infantil e é feita no próprio consultório. Há dois diagnósticos principais nas assimetrias cranianas: cranioestenoses e assimetrias posicionais.

“É importante que os pais identifiquem rapidamente eventuais assimetrias cranianas, pois assim é mais fácil corrigi-las a tempo e, nesses casos, o tratamento precoce é fundamental para um bom resultado”, afirma o neurocirurgião infantil João Ricardo Penteado. É recomendado que se olhe a cabeça do bebê de cima para baixo (olhando pro topo).

Geralmente, as chamadas assimetrias posicionais ocorrem em decorrência de o bebê deitar numa única posição. Assim, o apoio constante em alguma região da cabeça, associado ao crescimento acelerado da cabeça nessa fase da vida, pode levar ao seu achatamento. Existem circunstâncias que favorecem o surgimento das assimetrias, como posição do feto no útero, prematuridade e internações prolongadas em UTI Neonatal. Desde que, em 1992, publicou-se a recomendação de os bebês dormirem de barriga para cima, houve um aumento expressivo das assimetrias cranianas posicionais.

O neurocirurgião infantil saberá dizer a gravidade da assimetria encontrada. Ele realizará o exame clínico do bebê, podendo afastar a hipótese de uma craniossinostose e orientar o tratamento. Se a assimetria for leve, o tratamento consiste no ajuste da posição de dormir do bebê. Em casos mais graves, o tratamento é o capacetinho, feito sob medida para o bebê. O capacete visa a direcionar o crescimento da cabeça. E, após sua colocação, precisa ser acompanhado periodicamente em clínica especializada. Dr. João é neurocirurgião da Clínica Heads Dr. Gerd Schreen, maior referência nacional no tratamento das assimetrias posicionais.

O tratamento com capacete é eficaz entre os 3 e os 18 meses de vida, porém, quanto menor for o bebê, melhores serão os resultados alcançados e menor o tempo necessário para uma correção satisfatória. Isso porque até os dois anos de idade a cabeça do bebê atinge cerca de 85% do tamanho do crânio adulto e este crescimento é mais veloz nos primeiros meses de vida e “desacelera” progressivamente ao longo dos 2 primeiros anos de vida. Por esta razão, tendo em vista que o crescimento craniano é fundamental para um bom resultado do tratamento com capacetinho, pode ser mais difícil obter um resultado positivo em bebês maiores.

A boa notícia é que, diferente da craniossinostose, as assimetrias posicionais não causam problemas neurológicos, tendo como consequências, além do impacto estético causado pela cabeça torta, alterações na mordida e nas articulações têmporo mandibulares  entre outras.

Craniossinostose é um tipo de assimetria craniana

A craniossinostose é o principal diagnóstico a ser investigado nas assimetrias cranianas. No entanto, essa condição é menos frequente e pode ter causas genéticas associadas. A deformação provocada pela craniossinostose é bastante característica, causando uma deformação do crânio e face bem mais grosseira que as assimetrias posicionais .  A craniossinostose é corrigida cirurgicamente e se não for tratada pode causar déficit cognitivo.

Dr. João Ricardo Penteado

Neurocirurgião infantil do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e atende em seu consultório no Rio de Janeiro, no Hospital Caxias D’or e na Clínica Heads RJ (especializada em assimetrias cranianas).
Atende ainda a neurocirurgia infantil dos Hospitais Pró Criança Jutta Batista, Maternidade Perinatal Barra e Hospital Pró Cardíaco.

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