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Espasticidade: a importância da escolha do tratamento mais eficiente

Uma das consequências da paralisia cerebral, a espasticidade pode ter seus efeitos reduzidos com tratamento correto

outubro 29, 2019

O dia 6 de outubro é o dia mundial da paralisia cerebral, um movimento global criado por associações de apoio aos portadores dessa doença. A paralisia cerebral atinge um em cada 500 nascidos vivos. E muitos dos pacientes convivem com a espasticidade.

A condição consiste em um aumento do tônus muscular frequentemente associado à diminuição de força e a dificuldade de mobilização de membros. As consequências são a dificuldade de mobilização para higiene e até deformidades de ossos e articulaçoes.

O tratamento da espasticidade é feito com medicação e fisioterapia. Em casos nos quais o tratamento não responde, é indicada a cirurgia de rizotomia seletiva. O procedimento consiste no corte de nervos selecionados na coluna. Esse procedimento reduz a espasticidade em pacientes com paralisia cerebral, facilitando movimentos e aliviando deformidades ortopédicas.

Os principais beneficiários desse procedimento são crianças com displegia espástica. Esse é o subtipo mais comum de paralisia cerebral, no qual as extremidades inferiores são as mais afetadas. No entanto, as que têm quadriplegia espástica (todas as extremidades e tronco afetados) também são elegíveis.

Uma outra opção menos invasiva de tratamento seria a bomba infusora de Baclofeno, que consiste em uma injeção contínua de medicação na coluna através de bomba implantável na pele.

Integração de diversas modalidades para o combate à espasticidade

Os mais recentes estudos dizem que a integração de diferentes modalidades de tratamento pode ajudar a otimizar os cuidados e a função geral de uma criança com quadriplegia ou displegia espástica graves.

Além disso, cada criança requer uma avaliação individual, levando em conta suas necessidades específicas e circustâncias familiares. Geralmente, o tratamento a ser adotado envolve discutir as alternativas com pais e uma equipe multidisciplinar de médicos. 

É importante, por exemplo, que o critério para a escolha do tratamento seja a eficiência e não o grau de invasividade. Por exemplo, uma criança de quatro anos com diplegia espástica que apresenta espasticidade generalizada dos membros inferiores e que nunca tenha recebido intervenções médicas pode se beneficiar da rizotomia dorsal seletiva. 

O Dia Mundial da Paralisia Cerebral é uma uma oportunidade para comemorar, aumentar a conscientização e tomar medidas para garantir que as pessoas que sofrem desse mal tenham os mesmos direitos, acesso e oportunidade que qualquer outra pessoa em suas comunidades.

Dr. João Ricardo Penteado

Neurocirurgião infantil do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e atende em seu consultório no Rio de Janeiro, no Hospital Caxias D’or e na Clínica Heads RJ (especializada em assimetrias cranianas).
Atende ainda a neurocirurgia infantil dos Hospitais Pró Criança Jutta Batista, Maternidade Perinatal Barra e Hospital Pró Cardíaco.

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