dezembro 16, 2019
Epilepsia: doença que pode ser curada com cirurgia
Procedimento cirúrgico para cura ou redução dos efeitos da epilepsia é bem-sucedido na maior parte dos casos, devolvendo qualidade à vida do paciente
A epilepsia é uma doença que atinge 70 milhões de pessoas no mundo. Ela atinge majoritariamente crianças de até um ano e adultos após os 50 e produz complicações neurológicas graves.
Para que o médico diagnostique a existência dessa doença é preciso ter havido:
- Duas crises convulsivas primárias em mais de 24 horas ou…
- Uma única crise convulsiva primária com risco maior de 60% de recorrência ou…
- Uma Síndrome Epilética já diagnosticada.
Cirurgia de epilepsia bem-sucedida em muitos casos
A boa notícia é que existem procedimentos cirúrgicos que são capazes de levar de 50% a 80% dos pacientes a ficarem livres de crises por longos períodos ou a reduzir a frequência e a intensidade das crises convulsivas.
Os benefícios da cirurgia de epilepsia são muitos. Vão da redução de risco de lesão ou morte prematura até a oportunidade de o paciente voltar a dirigir e ter maior independência. Além disso, o uso de medicamentos é reduzido.
No entanto, não são todas as pessoas como epilepsia que podem se submeter à cirurgia. É preciso que haja uma análise multidisciplinar de questões psiquitátricas e características da crise, aliadas à interpretação de exames, que podem incluir:
- Testes neuropsicológicos;
- EEG e Video-EEG;
- RM estrutural;
- RM funcional (fMRI), PET-CT, tractografia, magnetoencefalografia.
De posse desses exames, a equipe médica vai avaliar uma série de aspectos que vão dizer se o paciente é elegível para cirurgia, dependendo, por exemplo, de doença associada e da localização da área do cérebro que provoca a doença.
Como toda cirurgia, pode haver complicações. Entre elas hemorragia ou infecções e riscos relacionados com a remoção específica do tecido cerebral. Por exemplo, déficits de memória por causa da ressecção do lobo temporal.
Além disso, pode haver novas crises após o procedimento, o que pode estar ligado à remoção incompleta da área onde estava a doença. Ou ainda à progressão desta. Nesses casos, pode-se considerar uma segunda cirurgia.
É possível fazer ainda uma cirurgia paliativa com o objetivo principal de reduzir a gravidade ou freqüência de crises incapacitante – por exemplo, quedas recorrentes.