novembro 6, 2019
Mielomeningocele: comprometimentos motores e neurológicos diversos
Prevenção dessa condição se dá principalmente pelo consumo de ácido fólico antes e durante a gravidez
A mielomeningocele, mais conhecida por espinha bífida ou apenas mielo, é o resultado de um defeito no fechamento das estruturas que protegem a coluna vertebral por volta da sétima semana de gestação e causa comprometimentos diversos. Quando esse defeito no fechamento das estruturas na coluna ocorre, a medula fica exposta ao líquido amniótico, lesionando os nervos da coluna.
A mielo pode ocorrer tanto por fatores genéticos quanto ambientais. A ocorrência é de um a cada 1.000 nascidos no Brasil. A prevenção se dá principalmente pela ingestão de ácido fólico (vitamina B9) antes e durante a gravidez. O ácido fólico tem um papel fundamental no processo de multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gravidez. O uso de determinados medicamentos durante a gestação também pode provocar a malformação.
Consequências da mielomeningocele
O resultado são comprometimentos motores e neurológicos diversos. Por exemplo, a habilidade do bebê de caminhar e de conter urina e fezes fica comprometida. Quanto mais alta for a lesão na coluna vertebral, maiores são as chances de a criança precisar andar com auxílio de muletas ou cadeira de rodas. Deformidades ortopédicas também ocorrem em quase todos os casos.
A malformação de Chiari II é uma das consequências presentes em quase todas as crianças com mielo. Ela caracteriza-se pelo deslocamento das estruturas da fossa posterior para o interior do canal espinhal cervical. Apesar disso, muitas vezes não causam sintomas. Quando ocorrem, podem ser dificuldades de engolir alimentos e problemas respiratórios em lactentes. Já crianças mais velhas podem ter dor de cabeça, dor cervical e fraqueza. Estes sintomas geralmente não precisam ser tratados cirurgicamente.
Além disso, a maioria dos pacientes com mielomeningocele tem hidrocefalia associada. A hidrocefalia é definida por um acúmulo de LCR (líquido cefalorraquidiano) nos ventrículos cerebrais. Esse acúmulo provoca um aumento do perímetro cefálico e pode gerar aumento da pressão intracraniana.
Como diagnosticar a mielo?
O diagnóstico pré-natal da mielo é feito por meio de exames de ultrassonografia ou métodos laboratoriais. Defeitos espinhais podem ser observados a partir da 16ª e 17ª semanas de gestação, quando a coluna vertebral fetal já se encontra suficientemente ossificada.
Os métodos laboratoriais incluem a dosagem de alfafetoproteína no sangue materno e no líquido amniótico e da acetilcolinesterase no líquido amniótico.
Como é a correção da mieloneningocele?
A mielomenincocele é corrigida por meio de uma cirurgia. O procedimento pode ser feito imediatamente após o nascimento, mas quando realizada no período gestacional, o resultado funcional para a qualidade de vida da criança tende a ser melhor.