outubro 31, 2019
O que é a hidrocefalia e suas características em diferentes idades
Condição que se caracteríza pelo acúmulo de líquido no cérebro, hidrocefalia se apresenta de maneiras diferentes conforme a idade
A hidrocefalia é uma condição que se caracteriza pelo acúmulo de líquido em determinadas regiões do cérebro. Esse acúmulo pode ser causado por um desequilíbrio entre a produção e a reabsorção de líquido céfalo raquidiano (LCR) ou por algo que impeça sua circulação e drenagem.
Esse líquido circula através de diferentes estruturas do cérebro. Essas estruturas se comunicam por canais. Quando, por exemplo, algo impede a circulação do LCR, ele se acumula nessas estruturas fazendo com que aumentem de tamanho, o que pode danificar partes do cérebro.
Outra causa é o desequilíbrio entre produção e absorção. Esse líquido é absorvido pela corrente sanguínea e é renovado de duas a três vezes por dia. No entanto, às vezes a absorção no sangue é menor do que sua produção, fazendo com que haja um excesso de líquido que fica acumulado nessas estruturas.
Tipos de hidrocefalia
A hidrocefalia pode ser congênita ou adquirida. A forma congênita está presente no nascimento, mas pode ser identificada dentro do útero materno. Ou ainda manifestar-se apenas ao longo dos primeiros meses de vida.
As hidrocefalias podem ser classificadas tanto pelo tipo (comunicantes e não comunicantes), ponto de restrição da circulação e pela condição causadora. Além da velocidade do início do quadro e idade do paciente. As causas estão associadas a doenças do desenvolvimento – maior parte delas -, além de infecções, tumores, hemorragias, entre outras.
A hidrocefalia se manifesta de diferentes formas, dependendo da idade do paciente. Veja quais são elas:
Hidrocefalia fetal
A hidrocefalia fetal é uma malformação grave, que costuma estar associada a outras malformações. Estima-se que a incidência da doença varie entre 0,2 a 1 por 1.000 nascidos vivos. No entanto, esse número pode ser maior considerando que há diversos casos de morte fetal no início da gestação. Essa é a forma mais grave.
O diagnóstico pode ser feito com ultrassom ou ressonância magnética fetal. No entanto, outras malformações associadas à hidrocefalia são detectáveis antes do nascimento. Por isso, é recomendada a avaliação dos ventrículos cerebrais do feto como parte da rotina de exames pré-natais entre a 18ª e 27ª semana.
Hidrocefalia pediátrica
A hidrocefalia pediátrica é uma das condições neurocirúrgicas mais comuns. Por isso, é a maior causa de cirurgias cerebrais em crianças nos EUA. No entanto, quanto mais cedo é feito o tratamento cirúrgico, com instalação de válvulas ou de endoscopia, menores os riscos.
O diagnóstico usualmente vem da avaliação do aumento do perímetro do crânio. Ou ainda afastamento das suturas (articulação entre os ossos do crânio) e abaulamento (encurvamento) da fontanela (moleira). Há ainda crianças com aumento da pressão craniana sem apresentar esses sinais.
Hidrocefalia na criança e no adolescente
Nessa faixa etária, os pacientes podem ser divididos em dois grupos: crianças com hidrocefalia pré-existente (nos dois primeiros anos de vida) não identificada antes e crianças que desenvolvem a doença após fechamento das suturas.
O primeiro grupo, em geral, tem hidrocefalia progressiva, podendo ou não ter atraso de desenvolvimento neurológico. Algumas das características desses pacientes são:
- aumento do crânio
- atrofia de nervo óptico
- paralisia do movimento dos olhos para cima (olhos só ficam parados olhando para baixo)
- falta de apetite
- função hipotalâmica anormal
- espasticidade de membros inferiores.
O segundo grupo, em geral, apresenta dimensões cranianas normais. Sendo assim, as carcaterísticas que indicam a existência da doença são as mesmas de adultos:
- aumento da pressão intracraniana
- vômitos e dor de cabeça pela manhã.
Os tumores são as causas mais frequentes da hidrocefalia nessa faixa etária.