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Trauma do plexo braquial: saiba porque isso é importante

Lesão que se caracteriza por perda ou ausência de força em um membro superior do recém-nascido pode deixar sequelas

dezembro 14, 2020

O nascimento de um bebê é sempre um momento importante para a família, cercado de muitas expectativas e ansiedade. Porém, o momento do parto é muito delicado e, apesar dos cuidados obstétricos, podem acontecer acidentes com consequências. Uma delas é o trauma do plexo braquial.

Esse nome difícil descreve uma lesão em um conjunto de nervos que conectam a medula do recém-nascido a um dos membros superiores. Estas lesões ocorrem quando é feita tração excessiva no pescoço do bebê durante um trabalho de parto difícil ou por contusão direta com fórceps. Estes traumas são mais comuns em partos normais, mas também podem ocorrer em cesáreas.

A lesão do plexo braquial durante o parto causa perda de força do recém-nascido no membro superior do lado do trauma – braços, antebraços e mãos. Normalmente, este diagnóstico é feito pelo pediatra que assiste o bebê durante o parto através do exame físico, em que a alteração de força do membro é identificada. Fraturas de clavícula e úmero, hematomas do pescoço e paralisia facial podem estar presentes nestes casos. Ao observar sinais de trauma de plexo braquial, é necessário solicitar avaliação de um neurocirurgião.

Trauma do plexo braquial pode requerer cirurgia

Embora na a maior parte dos casos a lesão se resolva entre seis e 12 meses, em casos severos é necessária a intervenção cirúrgica. “A cirurgia só é necessária quando os nervos se “descolam” da medula. Quando não há esse rompimento, os sintomas tendem a melhorar”, afirma o neurocirurgião infantil, João Ricardo Penteado.

A lesão do plexo braquial não costuma deixar sequelas, a não ser que haja a ruptura mencionada. Mas pode haver sequelas no membro atingido, como contraturas ou espasticidade. Por isso, é importante o devido acompanhamento. 

Estudos afirmam que há um aumento de casos de trauma do plexo braquial nos últimos anos. Eles estariam ligados principalmente à maior incidência de fetos de alto peso, que tornam o parto mais difícil. 

Quais são os tipos de trauma do plexo braquial?

O tipo mais comum é o alto e que tem as melhores chances de cura completa. Mas há também o misto, que afeta tanto o movimento quanto a sensibilidade da extremidade do membro afetado e o baixo, no qual os músculos do antebraço e da mão são mais afetados. A gravidade da lesão depende das raízes afetadas e de sua extensão.

A prevenção do trauma do plexo braquial está ligada à redução dos fatores de risco. Assim, com um acompanhamento pré-natal bem feito e respeitando todas as recomendações do obstetra, é possível reduzir as chances de que ele venha a ocorrer. 

Dr. João Ricardo Penteado

Neurocirurgião infantil do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e atende em seu consultório no Rio de Janeiro, no Hospital Caxias D’or e na Clínica Heads RJ (especializada em assimetrias cranianas).
Atende ainda a neurocirurgia infantil dos Hospitais Pró Criança Jutta Batista, Maternidade Perinatal Barra e Hospital Pró Cardíaco.

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